quarta-feira, 18 de julho de 2018

As laqueaduras de emergência dispararam no Brasil – e ninguém sabe por quê


O processo que pediu a laqueadura de Janaína foi questionado por
juristas. "Há toda uma regulamentação em torno do planejamento
familiar, que depende do consentimento, evidentemente, além de
outros critérios. De qualquer forma, a esterilização compulsória é
impensável", afirmou Clara Masiero, coordenadora adjunta do
departamento de cursos do IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais) ao HuffPost Brasil, site que publicou matéria sobre o fato. 
Bruna de Lara | 18 de Julho de 2018

A ESTERILIZAÇÃO INVOLUNTÁRIA de Janaína Aparecida Quirino ainda não tinha ganhado os noticiários quando, fazendo um levantamento inédito de dados do SUS sobre laqueaduras, me ocorreu a suspeita: será que as mulheres estão sendo esterilizadas à força? Eu havia acabado de descobrir que existem laqueaduras de emergência e que em 2017, pela primeira vez, elas foram mais comuns do que as eletivas. Comparando o primeiro trimestre deste ano com o de 2008, o número de esterilizações urgentes duplicou. E ninguém sabe explicar por que isso está acontecendo – nem o que, afinal, é uma laqueadura de urgência.

A laqueadura, popularmente conhecida como “ligadura de trompas”, é uma cirurgia de esterilização feminina – ou seja, um método anticoncepcional permanente, destinado a mulheres que desejam nunca engravidar. Como a finalidade do procedimento é evitar uma gestação, é muito estranho pensar em uma laqueadura feita em caráter de urgência. 

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos


Jairnilson Silva Paim | Instituto de Saúde Coletiva, Departamento de Saúde Coletiva I, Universidade Federal da Bahia. R. Basílio da Gama sn, Canela. 40110-040 Salvador BA Brasil. jairnil@ufba.br

Ciência & Saúde Coletiva - versão impressa ISSN 1413-8123versão On-line ISSN 1678-4561. Ciênc. saúde coletiva vol.23 no.6 Rio de Janeiro jun. 2018.   

RESUMO: Com o objetivo de dialogar com alguns estudos e perguntas acerca do SUS, ao completar 30 anos, o artigo apresenta um balanço de vetores positivos, obstáculos e ameaças, sublinhando a falta de prioridade pelos governos, o subfinanciamento e os ataques perpetrados pelas políticas do capital. Ressalta a financeirização da saúde vinculada à dominância financeira como uma das maiores ameaças ao SUS. Conclui que o SUS não está consolidado, justificando alianças entre forças democráticas, populares e socialistas, com novas estratégias, táticas e formas organizativas para enfrentar o poder do capital e de seus representantes na sociedade e no Estado. Palavras-Chave: Sistema Único de Saúde; Políticas de saúde; Reforma sanitária brasileira. 

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Percentual de homens com diabetes cresce no Brasil


Estudo inédito do Ministério da Saúde mostra que a diabetes cresceu 54% na população masculina, nos últimos 11 anos

O percentual de homens que apresentaram diagnóstico médico de diabetes aumentou 54%, entre os anos de 2006 e 2017. Os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) servem para alertar a população no Dia Nacional de Controle do Diabetes, celebrado anualmente no dia 27 de junho. Há 11 anos, o percentual de homens que tinham sido diagnosticados com a doença era de 4,6%, agora o índice passou para 7,1%. Apesar de apresentarem percentual mais elevado em 2017, as mulheres (8,1%) tiveram um crescimento de 28,5% no mesmo período.

“O diabetes é uma doença crônica que pode ser evitada, desde que hábitos saudáveis, como uma alimentação adequada e a prática de atividade física, sejam adotados. O objetivo do Vigitel é monitorar anualmente esses fatores de risco e proteção para doenças crônicas e, com isso, acompanhar indicadores de saúde que dão subsídio a formulação e reformulação de políticas públicas", declarou Marta Coelho.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Seus dados de saúde são um supernegócio


Matéria do Outra Saúde informa que empresas buscam informações sobre a saúde e o adoecimento de pessoas comuns, buscando fomentar seus negócios

Você sem dúvidas soube quando estourou o escândalo Facebook-Cambridge Analytica e uma complicadíssima relação entre o tratamento de dados e o direcionamento de campanhas políticas veio à tona. Mas sabia que, até aquele momento, o Facebook sondava hospitais e outras instituições de saúde propondo o compartilhamento de informações dos usuários (sem o consentimento deles)?

Não era uma tentativa isolada de aproximação com a saúde, nem no próprio Facebook, nem em outras grandes empresas de comunicação e informação. Esta semana, o Outra Saúde aborda o grande negócio do tratamento de dados dessa área. Na realidade, coleta e tratamento são atividades importantes e mesmo necessárias em termos de saúde pública - a formulação de políticas, por exemplo, pode e deve fazer bom uso dela. Mas quais são os riscos? 

Colide, mas não mata



O Ministério da Saúde (MS) informa que os óbitos por acidentes de trânsito diminuíram, mas, curiosamente, cresceu no Sistema Único de Saúde (SUS) o número de internações de acidentados no trânsito 



O MS comemora a queda das mortes em acidentes de trânsito e atribui à Lei Seca o sucesso. Desde 2008, quando a Lei foi implementada, e desde 2012, ano em que houve o endurecimento da Lei, as mortes por conta do consumo de álcool no trânsito, os índices despencaram, segundo o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do SUS.

Porém, se há essa boa notícia, há outra, bem má. O número de internações por acidentes com veículos automotores disparou. De 2008 para cá, por exemplo, houve um aumento de 90%. Isso, na média, pois se tomarmos os números por região, apenas a Sudeste teve aumento algo modesto, se comparado às demais regiões do país: 49%. Na região Norte, os índices se elevaram em quase 300%! 

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Trocar SUS por CUS?


Na foto, o cidadão avalia, em praça pública,
a Cobertura Universal de Saúde da amiga


A proposta dos planos de saúde para substituir o Sistema Único de Saúde, o SUS, é (não ria) a Cobertura Universal de Saúde, ou seja, CUS. Se essa proposta vinga, daqui a um tempo vamos todos estar tomando vacina no CUS, que, aliás, é uma proposta provavelmente inspirada no que esse pessoal tem na cabeça para propor algo assim.

Apesar de ser um excelente motivo para piada, trata-se de coisa bem séria. É que a Organização Mundial da Saúde (OMS) está namorando firme com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) (instituições comprometidas apenas com a multiplicação do capital e a ampliação das desigualdades) e quer acabar de vez com os sistemas públicos de saúde, como o SUS.

Idólatras do CUS - Segundo os idólatras dessa coisa que se intitula CUS, a proposta é "o conceito mais poderoso que a saúde pública tem a oferecer” e pretende ser, ainda, a “terceira transição sanitária global” e “Um caminho fundamental para aumentar o acesso equitativo a cuidados de qualidade”. 

Amantes do CUS - Tudo isso parece realmente piada, e de mau gosto, principalmente quando entendemos que o propósito fundamental disso que estão chamando apropriadamente de CUS é nos fazer esquecer que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Para os amantes do CUS, é dever de cada um de nós gastar o suficiente para satisfazer os direitos que empresários do setor acreditam ter. E o Estado? Este fica livre para deixar a população entregue aos lobos e proteger apenas os direitos do mercado financeiro.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Governo e parlamentares querem potencializar planos de saúde em detrimento do SUS


7 JUN 2018 | do Susconecta

O Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo fragilizado desde 2016. Ao mesmo tempo, uma proposta de “planos acessíveis” que une interesse do atual governo e parte dos parlamentares quer potencializar o mercado de planos de saúde. Por esse motivo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizou nesta terça (05/06) seminário “Planos de Saúde e o papel do controle social na garantia da saúde como direito humano”, na sede do CNS, em Brasília.

Após 30 anos de história, SUS corre risco de não existir mais no Brasil


07 JUN. 2018 | www.susconecta.org.br

O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu após a Constituição de 1988, fruto de muita luta dos movimentos populares e do controle social brasileiro. Porém, desde 2016, uma das maiores políticas públicas do mundo vem sendo fragilizada com cortes drásticos no orçamento. Por esse motivo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) participou nesta terça (06/06) do seminário que debateu o “Futuro do SUS num cenário de crise”, realizado pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Em 2015, a Emenda Constitucional 86/2015 retirou recursos do pré-sal que eram destinados para saúde e educação. Em seguida, foi aprovada a EC 95/2016, que congela o investimento para as duas áreas até 2036. Nos dois últimos anos, uma série de mudanças foram feitas sem aval do CNS, responsável constitucional pela deliberação sobre as políticas de saúde. Mudanças graves na Atenção Básica, na Saúde Mental, no modelo de financiamento aos municípios e estados, além da proposta do governo de potencializar os planos de saúde em detrimento do SUS podem levar o sistema ao seu fim.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

“Comida porcaria” é grave problema de saúde pública, mas empresas que a produzem não pagam por isso


Os males que determinadas empresas da indústria alimentícia causam a nós são inegáveis. A qualidade de muitos dos produtos oferecidos por essas empresas é baixa, principalmente se tomarmos em conta os fatores nutricionais. Algumas coisas que chamamos de alimentos não são, na verdade, alimentos, pois não nutrem, não alimentam, não fazem bem ao corpo. Na melhor das hipóteses, simplesmente não têm valor nutricional, mas, em diversos casos, fazem mal ao organismo.

Uma das doenças geralmente associadas a esses “alimentos que não alimentam” é o câncer, uma doença não transmissível que, junto com a diabetes, é responsável pela morte de aproximadamente um milhão de pessoas por ano, somente no Brasil. O quadro é tão grave que, segundo o jornal O Estado de São Paulo (Estadão), o número de mortes por essa causa cresce de forma mais veloz do que a população.

Segundo o cardiologista Carlos Alberto Machado, ouvido em matéria do Estadão, o aumento das mortes por doenças não transmissíveis está ligado a uma combinação de piora no estilo de vida, envelhecimento populacional e redução do acesso aos serviços de saúde públicos e privados. E, embora ele não tenha citado, dentro dessa piora no estilo de vida está o fator "alimentação". Muitas pessoas consomem ultraprocessados, inclusive nas refeições diárias, e esse é um importante fator de adoecimento. 

Na matéria do Estadão, o mesmo cardiologista afirma que "para reduzir as mortes por doenças não transmissíveis, seria preciso investir no diagnóstico precoce e no tratamento adequado, estimulando o combate à obesidade, ao tabagismo e ao sedentarismo". Segundo suas palavras:

"É preciso incentivar a atenção básica, mas o governo vem privilegiando o atendimento de alta complexidade. Se valorizamos só o hospital, só vamos tratar doentes, em vez de impedir que as pessoas adoeçam. É preciso valorizar a promoção de saúde. Esse sistema está praticamente inviável".

Taxar "comida porcaria" é preciso
O custo para fornecer assistência a essas pessoas é alto e uma solução para cobri-lo seria a responsabilização das indústrias de alimentos que não alimentam, com uma taxação pesada (como ocorre com o cigarro, que hoje está sendo muito menos consumido do que já foi no passado), o que elevaria o preço da “comida porcaria” e afastaria parte da população desse tipo de produto.

No entanto, como essas empresas investem pesado na eleição de deputados e senadores, a coisa não anda. E o caso é mais grave ainda por conta de que a publicidade de alimentos porcaria é em grande parte dirigida a crianças. O resultado é o aumento da obesidade e de outras doenças, como as citadas anteriormente neste mesmo texto.

Link para a matéria do Estadão: 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Sobrevivente de tragédia na BR-277, onde cinco morreram, faz elogio ao SUS

Mariana Lioto | CGN | 17 Abril 2018

Após três meses, jovem que foi socorrida ao HU em Cascavel, se recupera e já consegue ficar em pé...

Já teve mais de 2 mil compartilhamentos no Facebook o relato da sobrevivente de um grave acidente ocorrido na BR-277, em Céu Azul, em dezembro. Cinco alunos da Unila morreram no acidente.

A Uruguaia Besna Yacovenco, que sobreviveu à tragédia fez uma publicação elogiando o atendimento recebido no SUS. Ela disse que desde que chegou ao Brasil, em 2011, utiliza a rede pública, mas que o atendimento com helicóptero e a equipe multidisciplinar que a recebeu no HU, em Cascavel, foram fundamentais para a sua recuperação. Ela comenta que foram várias fraturas mas, três meses após o acidente estava começando a conseguir ficar em pé.

Veja o relato:

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Nos próximos 20 anos, haverá 20 mil mortes evitáveis de crianças no Brasil, diz estudo

Estudo publicado pela Public Library of Science (1) denuncia que o Estado brasileiro será responsável pela morte de 20 mil crianças nos próximos 20 anos. Morte evitável, diga-se. 

Mais: também ocorrerão centenas de milhares de hospitalizações infantis, também evitáveis. 

Tudo isso, por conta das irresponsáveis contenções de despesas e investimentos na área da Saúde Pública. Trata-se de um crime inaceitável. 

Abaixo, trecho do texto de apresentação do trabalho, publicado em 22/05/18 e assinado por Davide Rasella , Sanjay Basu, Thomas Hone, Romulo Paes-Sousa, Carlos Octávio Ocké-Reis e Christopher Millett, os autores. 

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Desde 2015, uma grande crise econômica no Brasil levou ao aumento da pobreza e à implementação de medidas de austeridade fiscal de longo prazo que reduzirão substancialmente os gastos com programas de assistência social como uma porcentagem do PIB do país nos próximos 20 anos. O Programa Bolsa Família (PBF) - um dos maiores programas de transferência condicionada de renda do mundo - e a estratégia nacional de atenção primária à saúde (ESF) são afetados pela austeridade fiscal, apesar de estarem entre as intervenções políticas de mais forte impacto sobre a mortalidade infantil no país.

As previsões do estudo indicam que, no período 2017-2030, a redução da cobertura do PBF e da ESF, em comparação com a manutenção de sua cobertura, poder resultar em uma taxa de mortalidade infantil mais alta - até 8,6% maior em 2030. Essas medidas de austeridade seriam responsáveis por quase 20.000 mortes infantis evitáveis e 124.000 hospitalizações infantis evitáveis entre 2017 e 2030.



(1) Um projeto sem fins lucrativos que tem o objetivo de criar uma biblioteca de revistas científicas e publicações afins dentro do modelo de licenciamento de conteúdo aberto, fazendo uso, especificamente, da Creative Commons.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Vamos mal demais

O Brasil gasta 7,7% do seu orçamento geral com saúde. A taxa é inferior à média mundial, de 9,9%, e mesmo ao gasto médio na Europa (12,5%), nas Américas (12%) e no Sudeste asiático (8,5%), só superando a média africana, de 6,9%. E, mesmo assim, 17 países africanos destinam mais dinheiro público para a saúde do que nós. Entre eles estão Madagascar (15%), Suazilândia (14,9%) e África do Sul (14,1%). Mas não para por aí: apenas cinco países no continente americano gastam menos do que nós, entre eles estão Barbados, Haiti e Venezuela. 
De acordo com a OMS, apenas cinco países no continente americano têm um porcentual de gastos governamentais inferiores aos do Brasil, entre eles Barbados, Haiti e Venezuela. 
No outro extremo estão Alemanha, Suíça, EUA e Uruguai, todos com gastos três vezes superiores aos do Brasil em termos porcentuais. Na Europa, apenas quatro países gastam menos de 7,7% de seu orçamento com a saúde: Chipre, Armênia, Tajiquistão e Azerbaijão. 
Jamil Chade, O Estado de S.Paulo
Já em relação ao gasto privado, ou seja, o desembolso direto feito por indivíduos e famílias, o Brasil vai para o topo do ranking. Apenas quatro países no mundo contam com índices superiores ao brasileiro: Georgia, Nicarágua, Nepal e Egito.  Por aqui, 25% das famílias destinam mais de 10% do seu orçamento doméstico para a saúde. No mundo, esse nível de gasto só é observado em 11,7% das famílias (e na Europa, em menos de 7%). E uma parcela de 3,5% da população brasileira é obrigada a gastar ainda mais: a saúde consome inacreditáveis 25% de seu orçamento. Somando gastos privados e públicos, cada brasileiro gasta, em média, US$ 780 por ano. No mundo, a média é de US$ 822. 

Os números se referem ao gasto de 2015. As informações foram divulgadas ontem pela Organização Mundial da Saúde e obtidas pelo correspondente do Estadão em Genebra, Jamil Chade. Até o envio desta newsletter, o relatório ainda não estava disponível no site da OMS. 

Informações do newsletter da página "Outra Saúde". Para acessar a matéria do Estadão: http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,porcentual-de-orcamento-para-a-saude-no-brasil-e-proximo-ao-do-africano,70002312554

sexta-feira, 27 de abril de 2018

SUS para pobre (e bolsa saúde para quem pode)


Conrado Hübner Mendes  20/04/2018  

Aproveitando-se desse círculo vicioso, o setor privado articula hoje suas forças políticas para dar novo salto e ganhar autorização para oferecer os “planos populares”

Há muitas formas de trair a Constituição. Uma delas é forçar o texto a dizer algo diverso do que diz. Juristas às vezes recorrem a interpretações excêntricas para dar verniz técnico a posições avessas ao texto. A segurança pública e o combate à impunidade, por exemplo, têm sido há muito defendidos como fins soberanos que, em nome de um Brasil melhor, justificam a supressão de liberdades civis. Outra forma de infidelidade constitucional é presumir que a norma mira futuro distante. Enquanto não chegamos lá, aplicam-se no presente padrões normativos esvaziados, sem explicar como defini-los ou quando aquele futuro começa. O direito à moradia está nessa fila de espera, entre tantos outros.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Fatores determinantes e condicionantes da saúde


Autor: José Evangelista Damasceno (Graduado em Tecnologia da Radiologia pela FATECI, Licenciatura em Pedagogia, em curso pela - UNIFACS. Doutorando em Saúde Pública, Mestre em Ciências da Educação pela Universidad Internacional Tres Fronteras UNINTER. Pós Graduado em Gestão Perícia e Auditoria-UECE. Especialista em Enfermagem do Trabalho pela - UECE, Especialização em Didática, Formação Docente e Metodologia de Ensino UNIAMERICAS).

Os fatores determinantes e condicionantes da saúde implícitos no artigo 3o da Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990. Dada pela redação da Lei nº 12.864 de 24 de Setembro de 2013, que alterou o caput do artigo 3o da Lei no 8.080/90, incluindo a atividade física como fator determinante e condicionante da saúde.

sexta-feira, 9 de março de 2018

O conceito de promoção da saúde e os determinantes sociais


Por Paulo Buss coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz e membro-titular da Academia Nacional de Medicina | Publicado em 9/2/2010.

Os cuidados integrais com a saúde implicam ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e fatores de risco e, depois de instalada a doença, o tratamento adequado dos doentes. Esses três tipos de ação têm áreas de superposição, como seria de esperar. Neste pequeno artigo de divulgação, pretendo apresentar o conceito de promoção da saúde e o espectro de ações que estão embutidas na prática da promoção da saúde pelos profissionais da área e pela comunidade.

Saúde é um direito humano fundamental reconhecido por todos os foros mundiais e em todas as sociedades. Como tal, a saúde se encontra em pé de igualdade com outros direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948: liberdade, alimentação, educação, segurança, nacionalidade etc. A saúde é amplamente reconhecida como o maior e o melhor recurso para os desenvolvimentos social, econômico e pessoal, assim como uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida.

Informações básicas sobre a Atenção Básica


A Portaria 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica (AB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo-se as diretrizes para a organização do componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde (RAS).

No Art. 2º dessa Portaria, a AB é definida como 
“(...) o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde” 
e que deve se desenvolver por meio de 
“práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária”.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Atenção Básica (texto do "PenseSus" da Fiocruz)


Complementar e aperfeiçoar os serviços oferecidos na
Atenção Básica são os principais objetivos do trabalho dos
profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).

A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos mais complexos.

No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBSs. 

A atenção básica também envolve outras iniciativas, como: as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc. 

Mais informações sobre onde encontrar as UBSs em seu município estão disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do Ministério da Saúde e também nos sites das Secretarias Municipais de Saúde.

Leia mais no Dicionário de Educação Profissional em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV). 

https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica

quarta-feira, 7 de março de 2018

SOU+SUS começa 2018 com apresentação sobre os NEMS, criação da SEINSF e nova forma de financiamento


Apresentação foi didática e motivou muitas conversas e debates, com esclarecimentos oportunos sobre os temas tratados. O “fim das caixinhas” é uma perspectiva que pode representar desburocratização no uso dos recursos

Na manhã do dia 01 de março, com início às 9h30, aconteceu a abertura do SOU+SUS em 2018. Os temas em pauta foram a nova função dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde (NEMSs), a criação da Seção de Apoio Institucional e Articulação Federativa (SEINSF) e a nova sistemática de financiamento definida pela Portaria 3992/2017, assinada pelo ministro da Saúde no dia 28 de dezembro do ano passado. Vinte servidores assistiram à apresentação da chefe da SEINSF, Elizabete Matheus, que demonstrou excelente conhecimento dos assuntos tratados e esclareceu todas as dúvidas.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Sobre o modelo flexneriano da medicina científica

Abraham Flexner foi um educador que se especializou em ensino médico e escreveu, em 1910, um relatório que mudou o ensino da medicina nos EUA e, consequentemente, a prática médica. Subvencionado pela Fundação Rockfeller, Flexner entrou em ação para “pôr ordem” no suposto caos que caracterizava o ensino e a prática médica naquele país. E foi assim que, em 1912, assumiu importante e permanente posição no General Education Board.

O tal “caos” dizia respeito à proliferação das práticas médicas consideradas “não científicas”, como o fisiomedicalismo e o botanomedicalismo, terapêuticas que viriam a dar origem à fitoterapia e à homeopatia. Não havia a necessidade de concessão do Estado para ensinar ou exercer a medicina e, além das terapêuticas referidas, tudo o mais era permitido, o que, sem dúvida, representava um risco para a população, por conta da absoluta ausência de regulação. É preciso, porém, saber que a proposta flexneriana acabou por dar um prestimoso auxílio à indústria farmacêutica, que desde o final do século XIX, começava a construir o seu império e a influenciar decisivamente a lógica da assistência à saúde, impondo a “medicina científica” como padrão.