A saúde no
Renascimento
Após a Idade Média, com o Renascimento, houve muitas
transformações. As cidades cresceram e foram se modificando, com um incremento
do comércio que ocasionou uma nova configuração urbana. Pessoas do meio rural acorreram
à cidade em busca de trabalho e essa afluência trouxe novos problemas de saúde,
além dos que já haviam martirizado a Europa Medieval.
A causalidade do adoecimento e o desenvolvimento da clínica foram os temas que dominaram o pensamento médico no Renascimento e, com o passar do tempo, se realizaram estudos que relacionavam doenças a atividades laborais
A palavra “hospital”, aliás, vem do termo latino hospitalis, que significa local em que
se recebem hóspedes, notadamente peregrinos e pobres em geral, além de
enfermos, é claro. Somente mais tarde o hospital ganhou o status de nosocomium, (palavra também grega), que
quer dizer “tratar os doentes”. Por outro lado, o termo hospitium designava o local em que se recebiam hóspedes e foi daí
que surgiu termo “hospício”, que ficou marcado, em sua evolução histórica, como
o nome do lugar em que se internam enfermos pobres, incuráveis e insanos.
Contágio e miasmas
Com o crescimento urbano, foram sendo criados novos lazaretos,
ou hospitais, um espaço de controle, guarda e isolamento dos doentes
desamparados. O que se procurava, no entanto, não era a cura, mas a salvação da
alma. E no Renascimento os hospitais foram deixando a administração religiosa,
notadamente por parte de monges, e passando à administração municipal. Isso já
acontecia desde o século XIII.
Naquele período, houve grandes avanços em todos os campos,
notadamente nas artes e ciências. As crenças em forças sobrenaturais foram
esvanecendo e o eixo dos debates se centrou nas discussões sobre as causas
físicas. A medicina é retomada como disciplina laica e as práticas e
experimentos clínicos são retomados, com a Medicina se livrando do
aprisionamento aos grilhões da Igreja.
As noções de contágio tenderam para a teoria dos miasmas,
que afirmava ser a má qualidade do ar, proveniente das emanações oriundas da
decomposição de animais e plantas, a principal origem das doenças. Nascia uma
compreensão do adoecimento mais voltada para um pensamento epidemiológico que
vigorou com força até a metade do século XIX. Falava-se de eflúvios que surgiam
de alterações nas entranhas da terra, contaminando a atmosfera e,
consequentemente, as pessoas.
A causalidade do adoecimento e o desenvolvimento da clínica
foram os temas que dominaram o pensamento médico no Renascimento e, com o passar
do tempo, se realizaram estudos que relacionavam doenças a atividades laborais.
Assim, é possível dizer que o período foi notabilizado pela retomada das pesquisas científicas, para melhor compreender as causas e melhor planejar os tratamentos para retomada da saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário