quinta-feira, 3 de março de 2016

HumanizaSUS abre as rodas de conversa do SOU+SUS em 2016

No dia 02 de março, última quarta-feira, o Projeto SOU+SUS realizou seu primeiro evento do ano de 2016. Com a presença de 25 servidores do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Paraná (NEMS/PR) e do Distrito Sanitário Especial Indígena do Litoral Sul (DSEI Litoral Sul), a roda de conversa inaugural foi instigante. A profissional de Serviço Social e Especialista em Saúde Pública Eliane Benkendorf apresentou as diretrizes do Plano Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no SUS (PNH ou HumanizaSUS) e despertou a atenção do público presente. Eliane, ou Lika, como gosta de ser chamada, é consultora da Politica Nacional de Humanização de Atenção e Gestão do Sistema Único de Saúde e apoiadora no estado do Paraná no tema “Diretrizes do PNH”. 


Lika contou um pouco de sua história profissional na rede pública, passada, em sua maior parte, na assistência, ou seja, no atendimento direto ao público. Afirmou que o trabalho em saúde é, para ela, algo como uma paixão, uma obsessão, “É a minha cachaça”, brincou. E disse que o PNH é importante para o usuário do SUS, mas não apenas. “O foco do PNH é o tripé usuário, trabalhador e gestor”, explicou e disse a todos os presentes que, mesmo quem não trabalha diretamente na assistência é, também, um trabalhador do SUS, além de necessariamente usuário, é claro. 

Um dos temas tratados foi o da “queixa conduta”, situação na qual a queixa do usuário corresponde a uma resposta padrão. Lika exemplificou a situação com um caso real, no qual a médica indicava a uma paciente procedimentos terapêuticos de difícil ou impossível realização até que, um dia, teve que ir assisti-la em sua residência. Constatou, na ocasião, que não conhecia a realidade da pessoa a quem prestava assistência e que, sem isso, não conseguiria progressos no atendimento. “É preciso entender o paciente, saber como vive, quais seus hábitos, para poder estabelecer uma estratégia terapêutica para efetivamente ajudá-lo”, disse. 

Outra conversa que circulou na roda foi a da “Assistência impessoal e fragmentada”. Ficou claro que a fragmentação não ocorre apenas especificamente na assistência, mas em todo o ministério e que, muitas vezes, quem trabalha numa sala não conhece quem trabalha na sala vizinha. Nessa oportunidade, o grupo falou do desejo de uma maior integração entre as instituições que dividem o prédio do NEMS/PR e de promover uma roda de conversa para isso, combatendo a fragmentação do trabalho e proporcionando maior satisfação aos trabalhadores. 

Foram ainda abordados outros assuntos como o da impropriedade de um atendimento com indefinição de vínculos dos pacientes com os profissionais e com baixa responsabilização e descompromisso entre cuidador e usuário. 

Um comentário:

  1. importantíssimo o tema abordado nesta primeira roda de conversa junto a nós trabalhadores do SUS. Aguçou as minhas ações enquanto instituição SUS e despertou minhas expectativas quanto as atitudes tomadas e a serem tomadas é em prol de nós usuários do SUS.

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